sábado, 19 de novembro de 2011

Análise da variação linguística na música “Chopis Centis”

Chopis Centis

Eu dí um beijo nela
e chamei pra passear.
A gente fomos no shopping,
pra mó de a gente lancha.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que tava gostoso, mas eu prefiro aipim.

Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
é um crediário
nas Casas Bahia.

Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho,
prá levar as namorada e dá uns rolêzinho.
Quando eu estou no trabalho,
não vejo a hora de descer dos andaime
prá pegar um cinema, do Schwarzeneger
e também o Van Damme.

Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
É um crediário
nas Casas Bahia.

Essa música é um ótimo panorama do que se trata de variações lingüísticas.
Observa-se a variação social, onde se pode notar o meio social do indivíduo, tal como seu grau de instrução. Neste caso, o sujeito apresenta-se como uma pessoa de classe social baixa, como no trecho “A minha felicidade, é um crediário nas Casas Bahia” (comércio popular); que exerce a profissão de pedreiro “Quando eu estou no trabalho, não vejo a hora de descer dos andaime” e com baixa escolaridade, utiliza-se “eu dí um beijo nela” ao invés da forma culta “eu dei um beijo nela”.
A variação geográfica, que se trata das diferentes formas de pronuncia, vocabulário e estruturas sintáticas de cada região, apresenta-se através do uso da palavra aipim, raiz comestível, que no Brasil, pode ser conhecida também como macaxeira, mandioca, maniva e pão-de-pobre.
Já a variação estilística, considerando o indivíduo em um grau de comunicação informal, quando há um mínimo de reflexão sobre as normas lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano, é observada nos trechos: “A gente fomos no shopping, pra mó de a gente lancha”, “Esse tal Chopis Centis, é muito legalzinho”, “Quantcha gente, quantcha alegria”.

"Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações.(...) Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção."
(Celso Cunha, em  Uma política do idioma)

Roberta Camila Bernussio Moreira - RA: B0287C-3 (1º semestre)
Jéssica Guimarães Leite - RA 420290-2 (2º semestre)
 

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